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Bioética no dia a dia


Ano I - Edição 01 - 22/04/24 a 28/04/24

Desafios bioéticos da telessaúde

Desafios bioéticos da telessaúde


A abordagem dessas questões requer a implementação de diretrizes éticas e regulamentações adequadas para orientar a prática da telessaúde de maneira ética e responsável

A telessaúde é uma modalidade em saúde que utiliza tecnologias de comunicação para fornecer assistência de saúde à distância. Isso pode incluir consultas virtuais, monitoramento remoto de pacientes, troca de informações de saúde por meio de dispositivos eletrônicos e até mesmo cirurgias realizadas por robôs controlados por médicos a quilômetros de distância. Enquanto a telemedicina oferece muitos benefícios, também apresenta uma série de desafios bioéticos que precisam ser considerados:        

Privacidade e segurança de dados: a transmissão de informações médicas por meio de plataformas digitais pode aumentar o risco de violação de dados e acesso não autorizado a informações sensíveis dos pacientes.     

Equidade no acesso e na qualidade dos cuidados: a telessaúde pode ampliar o acesso a serviços de saúde para aqueles que vivem em áreas remotas ou têm dificuldades de mobilidade, mas também pode exacerbar as disparidades existentes se não houver acesso igualitário a tecnologias e conexões de internet confiáveis.     

Qualidade da relação médico-paciente: a comunicação remota pode afetar a qualidade e a profundidade da relação entre médico e paciente, uma vez que aspectos como linguagem corporal e empatia podem ser perdidos ou atenuados.   

Consentimento informado: garantir que os pacientes entendam os riscos e benefícios da telessaúde, incluindo limitações técnicas e possíveis falhas na comunicação, é essencial para o consentimento informado.    

Equilíbrio entre tecnologia e julgamento clínico: os profissionais de saúde devem equilibrar o uso de tecnologias de telemedicina com seu julgamento clínico e experiência, garantindo que não se tornem excessivamente dependentes de algoritmos ou ferramentas digitais.    

Acesso apropriado aos registros de saúde: os profissionais de saúde devem ser treinados em relação ao acesso correto aos dados de saúde do paciente presentes no prontuário, assim como a correta elaboração dele.    

A abordagem dessas questões requer a colaboração entre profissionais de saúde, legisladores, especialistas em ética e tecnologia, bem como a criação e implementação de diretrizes éticas e regulamentações adequadas para orientar a prática da telessaúde de maneira ética e responsável.   

Texto de autoria da Presidente do Comitê de Bioética do HCFMUSP (CoBi), Profª. Drª. Juliana Franco. Os canais de comunicação do CoBi são: bioeticaclinica@hc.fm.usp.br | (11) 2661-1541. Os pareceres emitidos pelo Comitê podem ser acessados por meio do site: https://www.hc.fm.usp.br/hc/pareceres/pareceres.   


Publicado em 19/04/2024

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