FMUSP Solidária amplia atuação em pesquisas e impacto social

A FMUSP Solidária, iniciativa criada por alunos da Faculdade de Medicina da USP, inicia seu sexto ano em 2025, com ampliação de atendimentos e grandes passos para iniciar pesquisas longitudinais sobre populações em vulnerabilidade. 

Criado em 2019 para conectar estudantes de graduação ao voluntariado, o projeto de extensão é coordenado pelos Prof. Dr. Marco Aurélio Knippel Galletta (Obstetrícia) e Profa. Dra. Lúcia Andrade (Clínica Médica). Durante a pandemia, foi reestruturado para atuar exclusivamente no atendimento médico de pessoas em situação de rua. Desde então, consolidou parceria com a Missão Belém, organização que acolhe esse público, para prestar assistência às pessoas hospedadas num prédio localizado na Praça da Sé. Recentemente, o projeto ampliou a atuação para Casa Guadalupe, entidade do mesmo grupo voltada aos cuidados paliativos. 

Hoje, a FMUSP Solidária conta com mais de 30 alunos e 20 médicos voluntários, atuando também na Casa das Crianças. Os resultados positivos têm atraído cada vez mais participantes. Em 2024, 100 candidatos disputaram as 20 vagas no projeto. Muitos permanecem até o final da graduação e alguns seguem como médicos voluntários após formatura. Além do impacto social da iniciativa, o projeto oferece um ambiente de aprendizagem com complexidades variadas. “Preenchemos uma lacuna do serviço público. Muitos pacientes jamais haviam recebido atendimento médico, sendo diagnosticados com doenças como diabetes e hipertensão. Há uma alta prevalência de tuberculose, doenças psiquiátricas e neurológicas, além de graves de abstinência e outras consequências do uso de diversas drogas”, explica o presidente da FMUSP Solidária, João Pedro Cruz, aluno do terceiro ano de Medicina na Faculdade. 

A partir dos atendimentos na Missão Belém, surgiram pesquisas em Dermatologia, Psiquiatria, Cuidados Paliativos, Ensino Médico, Epidemiologia e Clínica Médica. Também há expectativas para o início de estudos em neurologia e pneumologia. Como antigos assistidos atuam como cuidadores nas casas de acolhimento e há monitoramento contínuo de outros pacientes, o projeto obtém dados sobre a transição da população de rua. “Submetemos um projeto ao Comitê de Ética da FMUSP para iniciar pesquisas longitudinais, que podem tornar os atendimentos ainda mais efetivos”, diz João Pedro Cruz. 

Com tantas novidades e expectativas de crescimento, o projeto está aberto à participação de mais médicos voluntários, que podem entrar em contato com os alunos pelo e-mail: fmusp.solidaria@fm.usp.br.