Estudo sobre tratamento de afundamento do osso esterno e cartilagens tem destaque internacional.
O Instituto do Coração (InCor) do HCFMUSP obteve resultados promissores na correção minimamente invasiva do pectus excavatum (deformidade da parede torácica). Essa condição afeta 1,2% da população e pode resultar em sintomas cardiorrespiratórios, afetando a qualidade de vida do paciente.
O estudo do InCor foi publicado, em março passado, pela Interdisciplinary Cardiovascular and Thoracic Surgery, órgão oficial da Associação Europeia de Cirurgia Cardio-torácica, através da Oxford Academic - a plataforma de pesquisa acadêmica da Universidade de Oxford.
A pesquisa do InCor foi publicada sob o título: “Comparação Randomizada de Estabilizadores Oblíquos e Perpendiculares para Reparo Minimamente Invasivo de Pectus Excavatum".
Pesquisa
Atualmente, a cirurgia mais comum para corrigir o pectus excavatum é chamada de reparo minimamente invasivo (MIRPE). Nesse procedimento, barras metálicas são colocadas sob o osso do peito e moldadas para corrigir a deformidade. Antes, essas barras eram feitas com materiais importados, o que aumentava o risco de elas se moverem.
O Dr. Miguel Tedde, cirurgião torácico do InCor, esclarece: "Apesar de ser considerado o método padrão, ainda existiam riscos de deslocamento das barras metálicas com possíveis graves consequências para o paciente."
Desafio
Para solucionar esse desafio, foram estabelecidos protocolos de pesquisa no InCor, com o objetivo de desenvolver um novo conjunto de dispositivos para o MIRPE, priorizando a segurança do procedimento.
A parceria entre o InCor e a indústria médica nacional, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), possibilitou o desenvolvimento de um produto nacional capaz de substituir com vantagens os materiais importados.
Com a implantação do novo material em 50 cirurgias, durante a fase de desenvolvimento, o produto já está regularizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Com esses avanços, pacientes que anteriormente só podiam ser tratados com cirurgia aberta agora têm a opção de correção por meio de procedimentos minimamente invasivos.
Além da melhora na correção anatômica, os pacientes beneficiam-se de menor tempo de internação e recuperação mais rápida. Os médicos do InCor consideram que o novo material reduz consideravelmente o risco de deslocamento das barras, tornando o tratamento mais seguro e eficaz.
Leia sobre a pesquisa no original em inglês clicando no botão abaixo.
Publicado em 10/05/2024